Adam Hartung, CIO / EUA
Há cerca de 15 anos, houve um movimento no setor de TI (tecnologia da informação) para reduzir as plataformas nas empresas. Os CIOs queriam simplificar os ambientes que incluíam o estranho minicomputador dos anos 1980, servidores Unix e Windows, desktops PC e Mac e um punhado de aplicativos de épocas diferentes.
Alegando custos altos e muitas reclamações de usuários, os CIOs disseram que as opções eram limitantes. Os departamento de TI das empresas fixam regras rígidas para ditar quais desktops e note/netbooks os funcionários podem utilizar e quais aplicativos podem rodar neles. Um grande movimento foi eliminar todos os Macs, o que fez com que muitos usuários nunca esquecessem esse ato ou perdoassem o CIO. Assim, o setor se perdeu em seu esforço de se posicionar como um facilitador das necessidades da empresa. Em muitos casos, o departamento tornou-se um “porteiro” (gatekeeper), dizendo na maioria das vezes “não” para os pedidos dos usuários.
Agora, as empresas estão assistindo à uma nova explosão de plataformas de tecnologia, incluindo iPhones e iPads que os funcionários compram para eles mesmos, mas querem usar no e para o trabalho. Os aparelhos com sistema Android também estão rapidamente seguindo o mesmo caminho. E o Mac está tendo uma recuperação impressionante. Isso coloca os CIOs em uma posição interessante: continuar dizendo não ou tornar-se um "herói" ao apoiar a tecnologia que os usuários realmente gostam e querem?
Pense como um negociante
Como profissionais de TI, nossa tendência é fazer pedidos e análises de plataforma rigorosos para determinar qual a melhor tecnologia. Entram nessa conta itens como custos de aquisição e integração, além da determinação de quais tecnologias funcionam com a infra-estrutura e base de aplicativos existentes. Também é preciso investigar todos os possíveis problemas, identificar fornecedores para suporte e realizar uma análise completa de custo-benefício, com um olho afiado para a implementação de despesas que seriam evitadas com a manutenção da situação atual. Assim, a facilidade de uso e o desejo dos usuários raramente são levados em consideração.
É improvável que o iPad, por exemplo, saia vencedor em tal análise, mesmo sendo de longe o tablet mais popular do mercado atual, além de também muito utilizado por executivos sênior.
A situação pode mudar para o tablet da Apple se o CIO passar a pensar como um negociante de mercado. Assim, você pode reconhecer e aceitar que as pessoas se importam com fatores como tamanho, peso, facilidade de uso e até o quanto o aparelho é “legal” – preferências que geralmente não são levadas em conta. E, se encontrar uma maneira de dar às pessoas o que elas querem, elas com certeza irão te amar.
Além disso, quando as pessoas têm em mãos tecnologia de que gostam, elas encontram maneiras de usá-la além do que o previsto por elas ou por você. Isso é comum: uma vez que as pessoas têm um iPad ou iPhone em mãos, elas investigam novos aplicativos porque os aparelhos são fáceis de usar.
Em vez de pré-definir quais aparelhos sua empresa usa, deixe os usuários direcionarem essa adoção. O tablet da Apple é um exemplo perfeito de tecnologia que pode transformar a relação antagonista entre usuários e TI em sua raiz. Ao perguntar aos usuários o que eles querem e como é possível tornar suas vidas mais fáceis, você pode tornar a empresa mais bem-sucedida.
Em seu novo livro, “Enchantment: The Art of Changing Hearts, Minds ands Actions” (2011), Guy Kawasaki, ex-chefe de evangelização da Apple, escreve sobre maneiras de trazer os outros para a sua causa. Se você conseguir aprender a ser encantador, deixando a satisfação maior levar a um sucesso maior, pode começar a fazer com que a empresa pense TI de maneira diferente. Em vez de falar sempre sobre custos, eficiência e homogeneidade, a tecnologia de informação pode tornar-se uma função que melhora o desempenho individual e da companhia.
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