Nos últimos cinco anos, três fatores alteraram profundamente as atribuições dos líderes de TI. Fique atento a eles, se quiser permanecer no topo.
KRISTIN BURNHAM - CIO/EUA
Primeiro, a tecnologia de produtos para consumo revolucionou a existente nas empresas e minou o poder decisão do CIO. Depois, atualizações realizadas na época da virada do milênio atrapalham renovações de sistemas atuais. E, finalmente, a velocidade das inovações ultrapassou o ritmo com que essas tecnologias pudessem ser absorvidas. Para Ray Wang, CEO e analista chefe da Constellation Research, o futuro CIO não será mais responsável por gerir projetos de milhões de dólares e por liderar a empresa com rédeas tecnológicas. No lugar dessas atribuições, surgirá uma definição menos específica acerca das atribuições de CIOs, que serão incumbidos de agregar valor aos negócios, incrementar as margens de renda e criar valores que destaquem a organização em meio ao mercado.
A próxima geração de CIOs deverá surgir de ambientes comerciais, mas com raízes tecnológicas ou munida de conhecimentos técnicos avançados. E precisará cavar os fundamentos sobre os quais quatro novas funções se erguerão, para continuar sendo competitiva no mercado de trabalho. Segundo Wang, os CIOs que falharem nessa empreitada estarão condenados a perder suas funções nas equipes de negócios das empresas. “Muitos executivos andam exercendo funções de CIO em diversas instâncias dentro da rotina das empresas”, afirma o analista.
Entre suas novas atribuições, os CIOs deverão contrabalancear as atividades externas com vistas à sua execução interna e distribuir uniformemente os elementos de natureza comercial e tecnológica nos processos. Alguns CIOs vão trazer novos executivos para dar conta de uma ou de outra atribuição adicional. Alguns estarão mais dispostos a tentar gerir todas as frentes, sozinhos.
Apresentamos os quatro novos postos e atribuições que os CIOs devem atender se quiserem permanecer no topo.
Chief Infrastructure Officer
Alguns CIOs já são íntimos desse perfil profissional e Wang prevê uma transição descomplicada. Tais executivos deverão atentar para as oportunidades de reduzir custos e controlar até 70% do orçamento geral das empresas. A maioria dos projetos nas mesas desses profissionais será voltada à manutenção dos sistemas e à gestão de infraestruturas passíveis de atualização. O relatório da empresa de Wang informa que esses executivos devem ficar atentos às interfaces tecnológicas internas.
Chief Integration Officer
É uma transição passível de grandes inconvenientes. Esse executivo deve responder pela gestão de uma fatia entre 10% e 15% do orçamento geral da companhia. Sua atribuição será unificar vários processos comerciais, dados, sistemas antigos e estruturas com interfaces de computação em nuvem. O Chief Integration Offi cer deverá estar atento à tecnologia e em sua relação com processos internos e externos.
Chief Intelligence Officer
Também deverá atender à distribuição de 10% a 15% do orçamento geral das empresas em que for atuar. Suas atividades serão voltadas ao aproveitamento de informações por parte dos colaboradores internos. Atividades comerciais internas e externas serão de responsabilidade desse executivo, que deve se preocupar em realizar a ligação apropriada entre as fontes de informações externas e os colaboradores.
“Com muitas das funções de infraestrutura sendo exportadas para empresas de outsourcing ou transferidas para a nuvem, é essencial desenvolver logo o profissional desse segmento”, diz Wang.
Chief Innovation Officer
Ao responder por uma fatia de 5% a 10% do orçamento das organizações, esse executivo deverá gerir a adoção de inovações com orçamentos muito enxutos. É esperado que tal profissional tenha um passado significativo em rotinas de negócios. Normalmente, esses executivos realizam suas atribuições a toque de caixa, se recuperam rapidamente de qualquer eventual erro e não permitem que a dinâmica da empresa emperre.
“O Chief Innovation Officer é, provavelmente, o desdobramento das funções de CIO que mais desafiará os CIOs tradicionais”, prevê Wang. “Suas funções irão requerer um entendimento profundo acerca das estratégias comerciais, ao mesmo tempo em que terão de lidar com um volume impressionante de tecnologias “estranhas” ao ambiente da empresa. Tais tecnologias, muitas vezes, requerem exame minucioso dentro das empresas e demandam por uma equipe voltada ao seu estudo”, completa o executivo.
Sobre as funções essenciais de CIOs do futuro, Wang prevê que a nova geração de executivos deve dispor de várias habilidades. Entre elas:
1. Definir rapidamente que novas tecnologias têm algum valor para a empresa. As grandes companhias deverão estender os orçamentos para processos internos de forma a preparar as estruturas para o trabalho com novas tecnologias, até então consideradas estranhas.
2. Desenvolver a próxima geração de modelo de negócios. Cabe aos líderes de TI identificar em que instâncias essas tecnologias podem impulsionar o desenvolvimento de modelos de negócios, incrementar a lucratividade e proporcionar dinâmicas que gerem economia.
3. Gerar recursos Diante da falta de perspectiva de incremento sensível no orçamento das TIs em 2011, muitas tecnologias recém adotadas deverão ter sua implementação subsidiada pelo reaproveitamento de recursos existentes.
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