2011-03-25

Leo Apotheker, da HP, fala abertamente

por Fritz Nelson | InformantionWeek EUA

Novo CEO quer que esqueçamos as últimas turbulências da empresa e trabalha para firmar a mensagem por trás da “HP 2.0”

Leo Apotheker, CEO da Hewlett-Packard desde novembro, acredita que a empresa esteja bem. Aparentemente, um de seus maiores desafios é ajudar o consumidor a comprar ainda mais da HP e, nas recentes viagens de Apotheker, esses consumidores expressaram “cordialidade” e “simpatia”, duas características que ele tentou manter durante nossa conversa, pessoalmente, essa semana.

Por pouco, ele conseguiu. Ele até fez brincadeiras, às vezes sobre ele mesmo (às vezes, sobre nós, o que não gostamos muito). Porém, foi mais seco enquanto respondia perguntas sobre as prioridades dos consumidores da HP, e defensivo quando me referi aos erros passados da empresa e aos desafios que irá enfrentar com sua recém anunciada plataforma de nuvem e software.

No entanto, Apotheker está certo: a empresa está bem e, definitivamente, ele não precisa se desculpar pelo passado da HP, como se uma empresa de US$ 130 bilhões precisasse se desculpar por seu desempenho financeiro, aliás, também não precisa contar com a simpatia de seus consumidores.

A verdadeira questão é se “bem” é aceitável. Pela Apple - empresa que Apotheker mencionou com certo grau de aspiração – os consumidores expressam desejo. Para a IBM, – a empresa mais próxima da HP no momento, embora seja uma empresa de US$ 100 bilhões, com quase o dobro de fatia de mercado que a HP – os consumidores não podem ser ignorados. Para a HP...?
Um líder não será capaz de dar essa resposta, foi o que pareceu dizer Apotheker. Ele sugeriu que o necessário, agora, seria uma cultura rejuvenescida, definida por inovações e riscos assumidos centrados em consumidor – uma “HP 2.0”. Mas apenas o tempo dirá se Apotheker será capaz de liderar a empresa assim, mas muita inspiração será necessária se a HP quiser se destacar na indústria de TI.  

A verdade é que eu esperava que Apotheker fosse cruelmente sincero sobre a posição atual da HP na elite das empresas de tecnologia, sobre os pontos críticos dos consumidores e sobre os ataques desenfreados de seus concorrentes. Ele não foi. Ele soltou alguns insultos contra a Oracle e a IBM e, consequentemente, contra seus CEOs Larry Ellison e Sam Palmisano (o que gostamos). Mas, na maior parte do tempo, ele se controlou. Talvez esgotado pelos incessantes questionamentos sobre sua capacidade de controlar ou não uma empresa tão grande e complicada depois de sair de outra empresa grande e complicada (SAP).

(Tradução: Rheni Victório | Edição: Thaís Sabatini)

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